segunda-feira, 16 de junho de 2014

Ministro lamenta falta de solidariedade de adversários com Dilma após vaias

Gilberto Carvalho diz que Aécio e Campos deveriam se posicionar a favor da presidente pois ato ‘se volta contra todo mundo’

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho

O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Cavalho, lamentou que os dois principais adversários de Dilma Rousseff nas eleições deste ano - Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) - não tenham feito referências negativas aos xingamentos recebidos pela presidente no jogo da estreia do Brasil na Copa Mundo, na semana passada.

- Considero essa é uma prática (xingamentos) que tem que ser desestimulada e que prevaleça o bom senso. E quero deixar claro que lamento muito que o Aécio e o Eduardo Campos não tenham feito referência a isso. Deveriam ter feito referência ao aspecto negativo porque, depois, se volta contra todo mundo. Temos que combater duramente. Muito mais do que atingir a presidente Dilma, ou essa ou aquela autoridade, é ruim por expressar uma maneira destrutiva de comportamento - disse Gilberto Carvalho ao GLOBO.

Depois da vaia, Campos afirmou que a hostilização da torcida à Dilma é consequência de insatisfação da população com o governo federal e disse que “na vida a gente colhe o que a gente planta”. Aécio também adotou o mesmo discurso. Ele afirmou que os xingamentos foram um sinal de que Dilma estaria sitiada e que “colhe o que plantou”. Porém, mais tarde, ele disse que as manifestações não deveriam “ultrapassar os limites do respeito pessoal”.
Sobre a procedência dos xingamentos no Itaquerão, Gilberto Carvalho preferiu não arriscar de onde tenham partido:

- Não vou me arriscar. São momentos diferentes. É muito arriscado dizer que houve um ou outro (xingamento) da elite. Não acho que só tinha elite no jogo. Fui de metrô no jogo. Tinha muita gente da população média, muito operário ali no estádio, com ingressos a R$ 60. E não era para a elite. Tem uma coisa própria dos estádios que é xingar o juiz, xingar qualquer autoridade presente. Mas não vou arriscar se veio daqui ou dali. Isso é bobagem. Me preocupa mais o processo que leva a isso.

RESPOSTA DE DILMA FOI ‘EXTRAORDINÁRIA’, DISSE CARVALHO
O ministro classificou como "extraordinária" as declarações da presidente, que condenou os xingamentos e os associou à tortura que sofreu quando esteve presa durante a ditadura militar.
— Achei a manifestação da presidente extraordinária. Só ela poderia falar como recebeu depois de tudo que sofreu. Essa manifestação não a atinge. Não cria nenhum trauma para ela. Mas, do ponto de vista da convivência do país e da democracia, quem está estimulando isso ou quem está achando bom nesse nível tão baixo de expressão da revolta, tem que ficar muito preocupado porque isso se volta contra qualquer padrão de representação de autoridade - disse.

PSDB PEDE QUE MILITÂNCIA NÃO RESPONDA A DECLARAÇÕES
Na noite desta segunda-feira, o PSDB divulgou nota de contra-ataque e orientando a militância a não responder a afirmações dadas por correligionários do PT. Eles criticam a declaração de que somente a “elite conservadora” quer mudanças no país.

“A perspectiva de perder o poder está levando o PT a aumentar a agressividade e intolerância do seu discurso, apostando cada vez mais na divisão do país. Tentam atribuir a uma “elite conservadora” o desejo de mudança, ignorando que cerca de 70% dos brasileiros ouvidos pelas pesquisas de opinião exigem uma nova maneira de governar o país. Primeiro, tentaram a tática do medo. Deu errado. A presidente caiu ainda mais nas pesquisas. Agora, estimulam o ódio. Mais uma vez, fracassarão. O Brasil é melhor e maior do que isso”, afirmou o PSDB.

Fonte: O Globo

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