Eduardo Campos já é uma figura
em constante presença no Maranhão, se pegarmos como exemplo os últimos dois
anos. Presente de forma intensa na campanha de Edivaldo Holanda Júnior (PTC),
agora o presidenciável vem a São Luís por conta da candidatura de Flávio Dino
(PCdoB) e obviamente pela sua. No estado ele tem objetivo de vencer o
desconhecimento da população e diminuir a diferença em relação a Dilma, por
isso ele adotou o discurso de também fazer parte da oposição ao grupo governista,
ao deixar claro que o senador José Sarney (PMDB) não terá espaço em um eventual
governo socialista.
Adotando esse discurso, ele
afirma que junto com Marina Silva, sua vice-presidente, são os únicos que
representam a mudança política no Brasil.
Apesar de adotar esse discurso,
Eduardo conta que é possível preservar os avanços promovidos pelos governos
petistas nos últimos anos. Sobre sua relação com Aécio Neves, o ex-governador
de Pernambuco acredita que nada os igualam, pois tem posicionamentos diferentes
desde quando faziam parte do movimento “Diretas Já” em 1984.
Sobre suas propostas para o
Maranhão, ele destaca o empenho em desenvolver a economia, principalmente com
obras estruturantes como a refinaria, ampliação do porto e construção de
estradas.
Confira
na íntegra a entrevista:
O
Imparcial - O candidato Aécio Neves vem afirmando reiteradas vezes que
não é um adversário político do senhor. Até que ponto essa relação de amizade
entre vocês dois pode ser benéfica para sua candidatura?
Eduardo
Campos - Desde 1984, quando nas Diretas Já, que eu e Aécio não
compartilhamos do mesmo projeto nacional. Ele ficou na base de apoio ao governo
de Sarney, depois do Fernando Henrique Cardoso e eu estive na oposição. No
governo Lula, eu e Marina estive apoiando o governo, já o Aécio estava no lado
oposto. Mas isto não impediu, que tivéssemos uma relação de respeito,
dialogamos sobre projetos importantes, temos uma visão política distintas,
assim como nossas origens. Já tivemos oportunidades no parlamento de convergir
e divergir. O Brasil cansou da polarização entre PT e PSDB. Os brasileiros
querem viver um novo ciclo econômico, mas ao mesmo tempo quer conservar as
coisas boas como Bolsa Família, o Prouni entre outros projetos.
O
Imparcial - Eduardo, o seu partido passou os últimos 12 anos aliado
ao governo petista. Suas propostas terão construção própria ou vão estar
escoradas no que o PT construiu ao longo dos últimos anos?
Eduardo
Campos - Nós estamos fazendo um programa de governo, fruto de um
profundo debate com a sociedade, através da internet, criamos uma plataforma,
possibilitando as pessoas de participarem. Realizamos encontros regionais, que
mais de 10 mil pessoas puderam participar, tivemos colaborações de pessoas de
movimentos sociais. Apresentamos diretrizes de como o Brasil pode preservar
conquistas do passado como os programas sociais, mas também avançar,
reconduzindo o país ao desenvolvimento econômico. A gente está vivendo tempos
de endividamento das famílias brasileiras, as taxas de juros estão elevadas,
precisamos cuidar centralmente da educação, pois é o que pode mudar a realidade
brasileira, precisamos acabar com o apertheid que existe hoje no Brasil, onde
existe a escola do rico e do pobre, isso não existe mais em Pernambuco. Vamos
enfrentar a chaga da violência urbana. Nós vamos fazer com que o país possa
cuidar da sua ciência e tecnologia, diminuir as desigualdades regionais,
precisamos renovar a gestão pública, aposentando as velhas raposas que estão no
centro do governo. Eu e Marina somos a única mudança de verdade para este país,
pois se for observar, a velha política tem marcado presença nas duas
candidaturas que buscam polarizar a disputa.
O
Imparcial - Qual a importância do Maranhão para a sua campanha e
quais são as suas propostas para o nosso estado?
Eduardo
Campos - O que o Maranhão quer hoje é a mesma coisa que o Brasil
deseja: a mudança. Nós queremos trazer dias melhores para a nossa população,
por isso eu e Marina estamos propondo obras estruturantes para o Maranhão,
deixando claro que em nosso governo a refinaria vai sair, o porto vai ter obra
para se desenvolver, nós vamos cuidar das pessoas que precisam de saúde, nós
vamos reformar e construir rodovias no Maranhão para desenvolver a economia,
vamos atrair empresas que gerem empregos para os maranhenses, vamos apoiar a
micro e pequena empresária, vamos desburocratizar.
O
Imparcial - No Maranhão o senhor tem dois candidatos ao governo de
partidos aliados. Como vai ficar seu posicionamento?
Eduardo
Campos - O Maranhão tem um grande desejo de mudança. O PSB vem
ajudando nesse processo de mudança já há alguns ano, inclusive liderando e
buscando unificar essa frente que hoje é liderada pelo Flávio Dino. Nós temos
uma aliança nacional com o PPL e aqui o partido tem uma candidatura, que
garante seu espaço político, mas o meu partido está apoiando Flávio Dino para o
governo e Roberto Rocha para o Senado. Nós estamos aqui unidos para ganhar e
garantir um novo governo dia 1 de janeiro.
O
Imparcial - Eduardo, o senhor foi bem claro ao afirmar que Flávio
Dino é o seu único candidato no Maranhão. No entanto, Flávio mantém alianças
com Aécio e ainda busca a Dilma, como o senhor encara isso?
Eduardo
Campos - Eu entendo que tem uma ampla frente, lutando por duas
candidaturas diferentes, uma está comigo e a outra com Aécio. Eu entendo que já
foi deixado bem claro que o palanque da Dilma é o palanque do Lobão Filho, que
é apoiado pelo Sarney. Nós estamos animados com a quantidade de apoios que
estão chegando. Quem é oposição no Maranhão, sabe que para mudar o Maranhão e o
Brasil é eleger Eduardo e Marina.
O
Imparcial - Hoje existem 39 ministérios, o senhor chegando ao
governo, pretende enxugar a máquina pública?
Eduardo
Campos - Nós vamos com certeza reduzir o número de ministérios
pela metade, mas isso só será discutido depois da construção do nosso plano de
governo.
O
Imparcial - Como será a sua relação com o senador José Sarney em um
eventual governo?
Eduardo
Campos - Eu tenho um compromisso com a população brasileira, que
devemos governar de outro jeito e não tolero o presidencialismo de coalizão,
que justifica 39 ministérios e tanta ineficiência. Tanta gente recebendo em
cargos que não tem a menor competência para exerce-los. Eu acho que quem quiser
que o Sarney continue no governo vai votar na Dilma.
O
Imparcial - A candidatura do Roberto Rocha, busca quebrar a hegemonia
do PMDB maranhense no Senado. Qual a importância da eleição dele?
Eduardo
Campos - O Brasil deixou claro que quer renovar a política, existe
um desejo de renovação na Câmara e no Senado. A chegada de Roberto Rocha ao
Senado, representa uma geração que sabe fazer um novo jeito de política. Ele
vai nos ajudar muito, principalmente para o Maranhão com políticas para saúde,
educação, os jovens, idosos e garantir a governabilidade que iniciaremos a
partir do dia 1 de janeiro. Tenho certeza que Roberto Rocha será eleito e
consequentemente será um grande senador pelo estado do Maranhão.
Fonte: O Imparcial on-line
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