Fixou
meta fiscal de 1,2% do PIB para 2015 e de ao menos 2% em 2016. Joaquim Levy
disse ter autonomia para implementar medidas necessárias
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Joaquim Levy foi confirmado como próximo ministro da Fazenda pela presidente Dilma |
O ministro da Fazenda nomeado, Joaquim Levy, informou
nesta quinta-feira (27) que a meta de superávit primário, a economia feita para
pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda, será de
1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para todo o setor público consolidado
(governo, estados e municípios) em 2015. Este ano, a meta fixada é de 1,9%.
Joaquim Levy foi confirmado como próximo ministro da Fazenda
nesta quinta pelo Palácio do Planalto, em substituição a Guido Mantega.
Também foram confirmados os nomes de Nelson Barbosa como próximo ministro do
Desenvolvimento, e a permanência de Alexandre Tombini no comando do Banco
Central.
Em 2016 e
2017, segundo Levy, o esforço fiscal não será inferior a 2% do PIB – patamar
registrado em 2013. "Alcançar essa meta será fundamental para o aumento da
confiança na economia brasileira", declarou Levy a jornalistas no Palácio
do Planalto. Para atingir essas metas, ele informou que algumas medidas que vêm
sendo discutidas são de diminuição de despesas. Entretanto, acrescentou que as
medidas serão, "não digo graduais, mas sem pacotes, sem nenhuma
surpresa".
Questionado
por jornalistas, o próximo ministro declarou ter ter autonomia para implementar
as medidas. "A autonomia está dada. O objetivo é claro. Os meios a gente
conhece. Acho que há o suficiente grau de entendimento dentro da própria equipe
e maturidade. Então, acho que essa questão vai se responder de uma maneira
muito tranquila. Dizer uma coisa ou outra não tem muito sentido agora. A gente
vai ver no dia a dia como as coisas ocorrem. Quando uma economia é escolhida,
há confiança", afirmou.
RESULTADO
DAS CONTAS PÚBLICAS NESTE ANO - Nos nove primeiros meses deste ano, as contas do
setor público registraram um déficit primário – receitas ficaram abaixo das
despesas, mesmo sem contar juros da dívida – de R$ 15,28 bilhões, ainda segundo
números divulgados pelo BC. Foi a primeira vez desde o início da série
histórica do BC, em 2002 para anos fechados, que as contas do setor público
registraram um déficit nos nove primeiros meses de um ano.
Considerado
ortodoxo, com uma atuação mais tradicional na economia, Levy, de 53 anos,
executou um ajuste fiscal na primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva que levou o superávit primário a um patamar médio de 3,5% do PIB (série
histórica revisada do BC, sem as estatais) - patamar considerado elevado. Ele
ficou conhecido como "mãos de tesoura" na ocasião por conta do
controle de gastos implementado nas contas públicas. Levy trabalhava, até
então, na diretoria da administradora de investimentos Bradesco Asset
Management.
REDUÇÃO
DA DÍVIDA PÚBLICA - "Primeiramente, cabe notar que vir a suceder o mais longevo
ministro da Fazenda em período democrático [Guido Mantega] é mais do que uma
honra, um privilégio. O objetivo imediato do governo e do Ministério da Fazenda
é estabelecer uma meta de superávit primário para os três proximos anos que
contemple a estabilização e declínio da dívida pública", declarou o
ministro da Fazenda nomeado.
Joaquim
Levy também avaliou que é fundamental para o aumento da confiança da economia
brasileira, a consolidação dos avanços sociais e ecomicos e reafirmou o
compromisso com transparência e com a divulgação de dados abrangentes.
"As
medidas necessárias para o equilíbrio das contas públicas serão tomadas. Como a
gente falou, serão tomadas com análise e segurança. Eu acho que o Brasil tem
mecanismos capazes disso. É um trabalho que envolve não só o governo federal,
mas acho que toda a federação, não só o Poder Executivo, mas todos os poderes.
É um trabalho importante pois é o que garante condições de crescimento",
declarou Levy.
TESOURO NACIONAL? - Levy, ao ser interpelado por jornalistas sobre
quem será o novo secretário do Tesouro Nacional, não disse que não falaria
sobre isso neste momento. "Vamos manter os ritos. A gente têm desafios,
coisas importantes a fazer. A gente não está em nenhuma agonia. Vamos ficar
tranquilos. Essa é a maneira boa de lidar com os desafios de um novo governo
que começa em primeiro de janeiro", afirmou.
Rumores dão
conta de que o próximo secretário do Tesouro Nacional pode ser Carlos Hamilton Araújo,
atualmente na diretoria de Política Econômica do Banco Central.
Fonte: G1
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