Com saída do ministro, PMDB quer compensar Minas e Energia com pastas de
orçamentos robustos e cogita Cidades ou Transportes
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Lobão vai voltar ao Senado para terminar os quatro anos de mandato |
De
saída da pasta, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA),
comunicou sua decisão há uma semana à cúpula de seu partido, o PMDB, e à Casa
Civil. De acordo com seus colegas de partido, sua carta de demissão já escrita.
Ele afirmou que vai retornar ao Senado para cumprir mais quatro anos de
mandato.
Diante
da saída do ministro, o PMDB também se adiantou em sua lista de pedidos. Caso a
presidente Dilma Rousseff tire a pasta das mãos do PMDB, o partido pedirá uma
substituição à altura. O partido quer comandar pastas com orçamentos fortes
como Cidades, hoje controlada pelo PP, ou Transportes, atualmente nas mãos do
PR.
Por enquanto, a única ministra a entregar sua carta
de demissão foi a da Cultura, Marta Suplicy, que voltará ao Senado também para
cumprir mais quatro anos de mandato. A entrega do pedido de demissão de Marta
surpreendeu à própria presidente que está em viagem ao exterior. A ministra
divulgou sua carta nesta terça-feira (11) em sua conta, no Facebook.
Diante
dos pedidos do PMDB, Dilma terá que equacionar a acomodação de aliados. Cidades
é uma pasta cotada pelo PSD, que passou a integrar a base governista na semana
passada. Já o PR não quer abrir mão da pasta dos Transportes e sugeriu ao
Planalto no nome do suplente de Marta no Senado, Antônio Carlos Rodrigues (SP).
Além
disso, o partido de Temer tem se preocupado com a possibilidade de Dilma deixar
a pasta sob seu controle, mantendo como titular o atual secretário executivo,
Márcio Zimmermann, ou até mesmo, o ex-chefe do gabinete pessoal da presidente,
Giles Azevedo, nome que chegou a ser defendido pelo presidente do PT, Rui
Falcão.
A
previsão é de que na próxima semana Dilma anuncie parte das mudanças no seu
ministério para seu segundo governo, inclusive o novo nome para comandar o
Ministério da Fazenda, ansiosamente esperado pelo mercado.
Lobão
deixa a pasta diante da perspectiva de aprofundamento das investigações da
Operação Lava Jato, que apura um suposto esquema de corrupção instalado na
Petrobras. O nome do ministro estaria presente entre os citados pelo ex-diretor
de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em seus depoimentos
colhidos pela Polícia Federal no acordo de delação premiada.
A
assessoria do Ministério, no entanto, diz que não comentará o assunto e que
considera a Reforma Ministerial uma pauta exclusiva do Planalto.
Além
de comunicar aos colegas de partido sua intenção de sair da pasta, Lobão também
demonstrou constrangimento com as denúncias no jantar oferecido pelo
vice-presidente Michel Temer, na semana passada, no Palácio do Jaburu, a cerca
de 200 lideranças do PMDB, inclusive recém-eleitas. Lobão esteve no jantar,
cumprimentou Temer e saiu 10 minutos depois "à francesa". A falta do
ministro só foi sentida quando seu filho, o ex-senador Lobão Filho chegou ao
local, perguntando pelo pai.
MINISTÉRIO NÃO CONFIRMA - A assessoria do ministro Edison Lobão negou que ele tenha comunicado
a quem quer que seja decisão de sair ou permanecer no Ministério de Minas e
Energia e que esteja com a carta de demissão pronta para ser entregue.
De
acordo com a assessoria, "a decisão do Ministro do Ministro de sair ou
permanecer no cargo não está relacionada a qualquer investigação, uma vez não
ter sido acusado de nada, mas apenas citado, entre dezenas de outras pessoas,
em reportagem de uma revista", informou a assessoria de Comunicação do
Ministério de Minas e Energia.
Fonte: Último Segundo
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