Principal
conselheiro, confidente e amigo da presidente Dilma Rousseff durante os dias
mais tensos da corrida eleitoral, Jaques Wagner desponta como um coringa; já
foi cotado para os ministérios da Fazenda, da Casa Civil e das Relações
Institucionais; agora, a aposta é que ele assumirá a Petrobras, para criar uma
agenda positiva para a empresa; conciliador e apto para o diálogo, palavra
chave do segundo mandato, Wagner será um dos homens fortes do novo governo
Dilma
É na praia de Inema, na base de naval de Aratu, que começa a nascer o segundo
governo Dilma. E este fim de semana será crucial. Reeleita, Dilma estará face a
face com aquele que foi seu melhor amigo, confidente e aliado quando tudo parecia
perdido. Ele mesmo, Jaques Wagner, o governador da Bahia, que sai do processo
eleitoral de 2014 como um dos maiores vitoriosos. Além de eleger Rui Costa como
seu sucessor, contrariando mais uma vez os institutos de pesquisa, Wagner
dedicou os dias tensos entre o primeiro e o segundo turnos para confortar a
presidente Dilma. Quando muitos exigiam uma postura mais dura, Wagner era a voz
serena que indicava o caminho a seguir. E dessa relação de intimidade e extrema
confiança, o político baiano emerge como um dos homens fortes do segundo
governo Dilma. Já foi cotado para assumir os ministérios da Fazenda, da Casa
Civil e das Relações Institucionais. A nova aposta é que, agora, com a benção
do Partido dos Trabalhadores, ele será presidente da Petrobras, a maior empresa
brasileira, que esteve no centro da campanha eleitoral.
“A
Petrobras precisa de alguém com autoridade política para reerguer sua imagem”,
disse ao 247 um dos mais próximos interlocutores da presidente Dilma e também
do ex-presidente Lula. “Além disso, o segundo governo Dilma vai colher tudo o
que foi plantado no primeiro. E nos próximos anos, o Brasil se tornará um dos
grandes produtores de petróleo do mundo. A Petrobras precisa de uma cara nova,
com credibilidade, para sair das páginas policiais”, afirma.
Sindicalista,
Wagner fez sua carreira ao lado dos petroleiros do polo petroquímico de
Camaçari, na Bahia. Foi nessa condição de líder sindical que ele desenvolveu
uma de suas maiores habilidades: a capacidade de dialogar. Não por acaso, a presidente
Dilma Rousseff, em seu discurso da vitória, pontuou em diversas ocasiões que a
marca do seu segundo mandato será o diálogo. E não há nenhum político, nos
quadros do PT, que se enquadre tão bem nesse perfil quanto o governador da
Bahia.
Pelo
Facebook, ele levou mensagem de paz a quem pregou ódio e divisão do País na
eleição que encerrou no domingo (5). “A eleição acabou. Vamos descer do
palanque e começar a trabalhar para unir o país. É importante que haja críticas
e questionamentos, mas sem ódio, sem dividir a população”.
O
petista avaliou que é exatamente a vitória apertada da presidente Dilma
Rousseff sobre o tucano Aécio Neves (PSDB) a principal motivação da chefe da
nação para seu próximo mandato e mais uma vez pôs em prática seu estilo
conciliador.
“A
vitória apertada tem um lado bom. Ela nos obriga a entender que temos que
trabalhar ainda mais para satisfazer as demandas daqueles que não acreditaram
no nosso projeto. Não medirei esforços para realizar essa tarefa. Estou
disposto a continuar ajudando a Bahia e o Brasil”.
Conciliador - Em entrevista ao Bahia 247 às
vésperas do 1º turno, Wagner criticou o tratamento de choque do PT contra a
então Marina Silva (PSB) e fez a mesma declaração no 2º turno, contra o tucano
Aécio Neves. O governador da Bahia defende campanha propositiva. Foi assim
também a de Rui Costa, eleito no primeiro turno com 54,5% dos votos válidos,
quando as pesquisas apontavam vitória de Paulo Souto, do DEM.
Papel importante no PT e amizade com Lula e
Dilma - Jaques Wagner teve no processo
pré-eleitoral deste ano a missão de ser interlocutor de Lula e Dilma com o
ex-governador de Pernambuco e candidato à presidência da República Eduardo
Campos (PSB), que faleceu no dia 13 de agosto último num acidente aéreo em São
Paulo. Wagner também era amigo de Eduardo e foram várias conversas até o
socialista decidir mesmo oficializar sua candidatura. O governador da Bahia
chegou a declarar, em nome do PT, que se Eduardo desistisse do pleito deste
ano, ele seria o candidato do governo em 2018.
Ele foi líder do PT na Câmara dos Deputados em 1995, foi
articulador de gerenciamento da crise quando estourou o 'mensalão', em 2005,
quando era ministro das relações institucionais do então presidente Lula. Foi
nesta época que se tornou amigo da presidente Dilma, então chefe da Casa Civil
da presidência da República. Ele foi o primeiro ministro do Trabalho e Emprego
de Lula. Antes foi deputado federal por três mandatos consecutivos.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário