quarta-feira, 4 de março de 2015

Cunha convoca CID para apontar os '400 achacadores'

A declaração do ministro da Educação, Cid Gomes, de que a Câmara tem uns "400 deputados achacadores" provocou a ira do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que colocou em votação, nesta quarta (4), a convocação do ministro para esclarecer, seu problema com os parlamentares; “Ele vai ter de explicar quem são os achacadores do Congresso”, disse; líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que se não esclarecer, Cid ofende a todos os parlamentares; "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que circunstâncias"; já Silvio Costa (PSC-PE), um dos vice-líderes do governo na Câmara, minimizou as declarações; "Tenho certeza de que Cid Gomes, quando usou a palavra achacar, foi no sentido de desagradar"; convocação foi aprovada por 280 deputados


A Câmara aprovou, por 280 votos a 102 e 4 abstenções, o requerimento do DEM de convocação do ministro da Educação, Cid Gomes, para esclarecer declarações que deu em visita à Universidade Federal do Pará, na última sexta-feira (27), sobre a Câmara dos Deputados. A convocação obriga a presença do ministro, sob pena de crime de responsabilidade.
O ministro afirmou que, para pelo menos 300 deputados, “quanto pior [estiver o governo], melhor”. “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais, aprovarem as emendas impositivas (...)”, disse Gomes, ressaltando que emitia opiniões pessoais e que não falava como ministro.
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o ministro tem de vir ao Congresso para apontar quem seriam os "achacadores" a que se referiu. Caso contrário, ofende todos os parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que circunstâncias", disse.
Já o deputado Silvio Costa (PSC-PE), que é um dos vice-líderes do governo na Câmara, minimizou as declarações de Cid Gomes. Segundo ele, o ministro não se referiu a corrupção. "Se alguém abrir o dicionário, vai ver que um dos sinônimos de achacar é desagradar. Tenho certeza de que Cid Gomes, quando usou a palavra achacar, foi no sentido de desagradar", disse.
Abaixo matéria anterior do 247:
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), colocou nesta quarta-feria, 4, requerimento que convoca o ministro da Educação, Cid Gomes, para esclarecer, em Plenário, declarações de que “a direção da Câmara será um problema grave para o Brasil” com a atual presidência.
“Há um requerimento de convocação do ministro da Educação, vamos colocar a matéria sobre a Mesa e vamos aprovar e ele vai ter de explicar quem são os achacadores do Congresso”, disse. Para Cunha, não é possível o Brasil ter o lema “Pátria Educadora” com esse tipo de declarações. “Um governo que tem como lema Pátria Educadora, não pode ter um ministro da Educação mal educado.”
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o ministro tem de vir ao Congresso para apontar quem seriam os "achacadores" a que se referiu. Caso contrário, ofende todos os parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que circuntâncias", disse.
Já o deputado Silvio Costa (PSC-PE), que é um dos vice-líderes do governo na Câmara, minimizou as declarações de Cid Gomes. Segundo ele, o ministro não se referiu à corrupção. "Se alguém abrir o dicionário, vai ver que um dos sinônimos de achacar é desagradar. Tenho certeza de que Cid Gomes, quando usou a palavra achacar, foi no sentido de desagradar", disse.
Cid Gomes fez as declarações na última sexta-feira, 27, em Belém durante uma visita à Universidade Federal do Pará em reunião com professores e reitores de universidades federais. “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas”, disse o ministro
Indagado se Eduardo Cunha elegera-se com o aval do governo, o ministro da Educação respondeu: “Não foi não, querido, não foi não. Tudo o que a força política mais realmente comprometida, mais identificada com esse esforço que ampliou a oferta de ensino superior no Brasil e que tem compromissos sociais, que reduziu a miséria ou extinguiu a miséria, todas essas pessoas estiveram contra a eleição de quem foi eleito lá.”
A reação vai além da convocação para que Cid Gomes preste esclarecimentos em plenário. Segundo participantes da reunião de líderes, o ministro terá todos os interesses pessoais e de sua pasta bloqueados na Câmara até que se retrate. Segundo um parlamentar, Cunha disse que “vai até o fim contra o ministro”.
O episódio agrava as relações do governo com o Congresso na sua fase mais crítica, um dia após o presidente do Senado, Renan Calheiros, devolver uma Medida Provisória do Planalto, depois de recusar-se a atender telefonemas da presidente da República e do ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante.
Fonte: Brasil 247

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