A declaração do ministro da
Educação, Cid Gomes, de que a Câmara tem uns "400 deputados achacadores"
provocou a ira do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que
colocou em votação, nesta quarta (4), a convocação do ministro para esclarecer,
seu problema com os parlamentares; “Ele vai ter de explicar quem são os
achacadores do Congresso”, disse; líder do DEM, Mendonça Filho (PE), disse que
se não esclarecer, Cid ofende a todos os parlamentares; "Ele tem de dizer
ao Brasil quem achacou, de que forma isso aconteceu e em que
circunstâncias"; já Silvio Costa (PSC-PE), um dos vice-líderes do governo
na Câmara, minimizou as declarações; "Tenho certeza de que Cid Gomes,
quando usou a palavra achacar, foi no sentido de desagradar"; convocação
foi aprovada por 280 deputados
A Câmara aprovou, por 280 votos a 102 e 4
abstenções, o requerimento do DEM de convocação do ministro da Educação, Cid
Gomes, para esclarecer declarações que deu em visita à Universidade Federal do
Pará, na última sexta-feira (27), sobre a Câmara dos Deputados. A convocação
obriga a presença do ministro, sob pena de crime de responsabilidade.
O ministro afirmou que, para pelo menos 300 deputados,
“quanto pior [estiver o governo], melhor”. “Tem lá uns 400 deputados, 300
deputados que, quanto pior, melhor para eles. Eles querem é que o governo
esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem
mais, aprovarem as emendas impositivas (...)”, disse Gomes, ressaltando que
emitia opiniões pessoais e que não falava como ministro.
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o
ministro tem de vir ao Congresso para apontar quem seriam os
"achacadores" a que se referiu. Caso contrário, ofende todos os
parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso
aconteceu e em que circunstâncias", disse.
Já o deputado Silvio Costa (PSC-PE), que é um dos vice-líderes
do governo na Câmara, minimizou as declarações de Cid Gomes. Segundo ele, o
ministro não se referiu a corrupção. "Se alguém abrir o dicionário, vai
ver que um dos sinônimos de achacar é desagradar. Tenho certeza de que Cid
Gomes, quando usou a palavra achacar, foi no sentido de desagradar",
disse.
Abaixo matéria anterior do 247:
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), colocou nesta quarta-feria, 4, requerimento que convoca o ministro
da Educação, Cid Gomes, para esclarecer, em Plenário, declarações de que “a
direção da Câmara será um problema grave para o Brasil” com a atual
presidência.
“Há um requerimento de convocação do ministro da Educação,
vamos colocar a matéria sobre a Mesa e vamos aprovar e ele vai ter de explicar
quem são os achacadores do Congresso”, disse. Para Cunha, não é possível o
Brasil ter o lema “Pátria Educadora” com esse tipo de declarações. “Um governo
que tem como lema Pátria Educadora, não pode ter um ministro da Educação mal
educado.”
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), o
ministro tem de vir ao Congresso para apontar quem seriam os
"achacadores" a que se referiu. Caso contrário, ofende todos os
parlamentares. "Ele tem de dizer ao Brasil quem achacou, de que forma isso
aconteceu e em que circuntâncias", disse.
Já o deputado Silvio Costa (PSC-PE), que é um dos
vice-líderes do governo na Câmara, minimizou as declarações de Cid Gomes.
Segundo ele, o ministro não se referiu à corrupção. "Se alguém abrir o
dicionário, vai ver que um dos sinônimos de achacar é desagradar. Tenho certeza
de que Cid Gomes, quando usou a palavra achacar, foi no sentido de
desagradar", disse.
Cid Gomes fez as declarações na última sexta-feira, 27, em
Belém durante uma visita à Universidade Federal do Pará em reunião com professores
e reitores de universidades federais. “Tem lá uns 400 deputados, 300
deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja
frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais
dele, aprovarem as emendas impositivas”, disse o ministro
Indagado se Eduardo Cunha elegera-se com o aval do governo,
o ministro da Educação respondeu: “Não foi não, querido, não foi não. Tudo o
que a força política mais realmente comprometida, mais identificada com esse
esforço que ampliou a oferta de ensino superior no Brasil e que tem
compromissos sociais, que reduziu a miséria ou extinguiu a miséria, todas essas
pessoas estiveram contra a eleição de quem foi eleito lá.”
A reação vai além da convocação para que Cid Gomes preste esclarecimentos
em plenário. Segundo participantes da reunião de líderes, o ministro terá todos
os interesses pessoais e de sua pasta bloqueados na Câmara até que se retrate.
Segundo um parlamentar, Cunha disse que “vai até o fim contra o ministro”.
O episódio agrava as relações do governo com o Congresso na
sua fase mais crítica, um dia após o presidente do Senado, Renan Calheiros,
devolver uma Medida Provisória do Planalto, depois de recusar-se a atender
telefonemas da presidente da República e do ministro da Casa Civil, Aloísio
Mercadante.
Fonte: Brasil 247
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