O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de
Estado de Educação (Seduc), iniciou nesta segunda (4), no Colégio Marcelino
Champagnat, a formação de 325 professores do Ensino Fundamental das redes
estadual e municipais que atuarão com ações de correção de fluxo escolar em 68
municípios maranhenses, entre eles, as 30 cidades maranhenses com baixo IDH. A
ação faz parte do Programa Escola Digna – Macropolítica da Educação do governo
Flávio Dino – dentro de um dos eixos estruturantes que é o regime de colaboração
com os municípios.
“Precisamos substituir as escolas de taipa por
escolas bonitas de alvenaria. Mas é preciso, também, corrigir a distorção, que
é elevada, e garantir uma escola de qualidade e justa para as nossas crianças.
Esta é a determinação do governador Flavio Dino. Este é o nosso compromisso, é
o nosso empenho”, destacou a secretária de Estado de Educação, Áurea Prazeres.
O curso de formação, que será realizado até
sexta-feira (9), tem o objetivo de qualificar os professores para alfabetizar
alunos que ainda não estão inseridos no mundo das letras e números e, assim,
corrigir o fluxo de estudantes com distorções idade\série não alfabetizados no
3º ano do Ensino Fundamental, para promover a melhoria da qualidade da
educação, elevando os indicadores educacionais do Estado.
Hoje, no Maranhão, 25 % dos estudantes, o que
corresponde a 6.207 alunos, apresentam distorção idade/série de até dois anos.
“Por exemplo, temos crianças de oito anos de idade, que estão cursando o 1º ano
do ensino fundamental, quando deveriam estar no 3º. E pior, não sabem ler, nem
escrever. O que estamos fazendo neste primeiro momento é trabalhando para
garantir a alfabetização desses alunos para, em seguida, erradicar essa
distorção”, afirmou a superintendente de Educação Básica, Elioenai Brasil.
Formação - A Formação
dos Professores será ministrada por uma equipe do Grupo de Estudos Sobre
Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação (Geempa), e coordenada pela educadora
Esther Pillar Grossi, fundadora do Grupo e referência na busca de soluções para
os grandes problemas da escola pública brasileira. O Geempa já trabalhou com
mais de 250 municípios brasileiros, levando uma metodologia diferenciada com
base no método pós-construtivista.
“É preciso desenvolver bases conceituais sólidas na
formação docente, que leve em conta a dimensão social nos fenômenos da
aprendizagem. A principal causa do analfabetismo e, portanto, da distorção do
fluxo escolar idade/série, é a inadequação da metodologia de alfabetização. Os
métodos convencionais da alfabetização não levam em conta que esses alunos,
geralmente vêm de um ambiente de pais analfabetos, que não têm estímulo à
leitura. É preciso entender que aprender é raciocinar, selecionar informações
para estabelecer juízos e raciocínios”, afirma Esther Grossi.
Neste primeiro momento a formação vai atender a 325 professores das
redes estadual e municipais do Ensino Fundamental, 68 coordenadores municipais
e 19 técnicos das Unidades Regionais de Educação. No final da formação os
professores retornam às escolas para desenvolver os novos conhecimentos
metodológicos em sala de aula. As atividades do programa serão realizadas em
turno regular de ensino.
Em seu discurso, o secretário de Estado de Direitos
Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, destacou a importância das
ações do governo na melhoria dos índices educacionais, na valorização da
escola, no respeito às crianças e consequentemente na melhoria do IDH. “Um
Estado que não respeita suas crianças, não pode ser considerado um Estado
Democrático. O ‘Mais IDH’ parte desse princípio. A situação que o governo
Flávio Dino encontrou no Maranhão não é uma questão de dinheiro, é uma questão
política. Estamos convocando todos vocês educadores no sentido de mudarmos a
Educação do Maranhão, e consequentemente, mudarmos os indicadores sociais do
nosso estado,” ressaltou.
“A inteligência de colocar o ‘Escola Digna’ como um
dos troncos do ‘Mais IDH’ e a percepção em tirar os cidadãos da invisibilidade
documental e as crianças da invisibilidade educacional é uma iniciativa
determinante para elevar os indicadores sociais do Maranhão”, disse o
secretário de Educação de São Luís, Geraldo Castro.
“É com nossos educadores que faremos a mudança da
história da Educação do Maranhão. Há uma grande articulação entre os governos
estadual e municipais, mas, precisamos dos nossos educadores. A mudança
acontece a partir da sala de aula, com a capacidade que vocês têm de
mobilização e o caminho é pela via da alfabetização das nossas crianças, do
nosso povo”, afirmou a secretária de Estado da Educação Áurea Prazeres.
Expectativa - Para os mais de 300 professores que participam
da formação e que trabalham nas séries iniciais com a missão de alfabetizar as
crianças maranhenses, a expectativa é de mudança na sala de aula e na qualidade
da educação nas escolas.
“Eu vejo com grande alegria que há uma mobilização
para mudar a realidade das nossas crianças, mudar pra melhor a Educação do
nosso estado. Aqui nós educadores estamos buscando mais informação para
trabalhar de forma adequada com os nossos alunos”, enfatizou a professora do
município de Parnarama, Vaneide Alvarenga Lúcio.
A
solenidade contou com a presença do secretário de Estado dos Direitos Humanos e
Participação Popular, Francisco Gonçalves; do secretário Municipal de Educação
e presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/MA),
Geraldo Castro; do presidente do Conselho Municipal de Educação de São Luís,
Roberto Mauro Gurgel, além da equipe técnica da Seduc.
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