PT
e PMDB eram favoráveis à tese, mas fizeram acordos com partidos menores e
ajudaram a evitar a aprovação da medida
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Lideranças de partidos cercam Eduardo Cunha, durante votação |
O plenário rejeitou na tarde desta quinta-feira o
fim das coligações partidárias nas eleições proporcionais (eleição de deputados
federais, estaduais e vereadores). A aprovação do fim das coligações nas
eleições proporcionais - tese defendida pelos grandes partidos - foi
prejudicada porque PT e PMDB e outros partidos fizeram acordo com as legendas
menores nas votações dos dois principais temas da reforma política: o sistema
eleitoral e o financiamento de campanhas eleitorais. Apenas 206 deputados
apoiaram o fim das coligações e outros 236 votaram contra a medida.
O PT
fez acordo com alguns partidos pequenos e com o PRB e acabou evitando a
aprovação do distritão. O PMDB e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), fizeram acordo com PCdoB e PHS para tentar aprovar o distritão e
conseguiram demover a postura do PRB e dos partidos do bloco, que somam 38
deputados, e garantir com o apoio deles a aprovação da doação empresarial a
partidos.
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Nós vamos votar contra o fim das coligações porque fizemos acordo com os
partidos pequenos para derrotar o distritão. Tínhamos que evitar o desastre
maior - justificou o deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
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Vamos votar contra o fim das coligações e cumprir o acordo feito com partidos
menores, como o PCdoB. O plenário já mostrou que não quer mudar o sistema.
Então, não vamos mexer nas coligações - explicou o líder do PMDB, Leonardo
Picciani (RJ).
A
bancada do PT votou em peso pela manutenção das coligações. Já no PMDB, apesar
de o Picciani ter encaminhado contra o fim das coligações, a bancada se dividiu
e a maior parte contrariou a orientação: 36 votos pela derrubada das coligações
e apenas 21 a favor da manutenção. Mas, fragmentação partidária da atual
legislatura acabou contribuindo para derrota da medida considerada pelos
especialistas como uma das que poderiam melhorar e reduzir o número de partidos
com assento no Legislativo.
Em
plenário, deputados do PSDB, do PPS, do PSOL defenderam o fim das coligações
como algo importante para reduzir o número de partidos e legendas de aluguel.
Ciente do acordo feito pelo PT e o pelo PMDB, o deputado Marcus Pestana apelou
para o voto consciente.
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Faço um apelo aqui ao PMDB e PT, partidos grandes, com história, para que,
neste momento a gente salve alguma coisa relevante nessa reforma, senão ela
decepcionará a população brasileira - apelou Pestana.
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Essa talvez seja a melhor e a maior conquista que essa reforma possa trazer.
Tenhamos competição saudável, fortalecendo partidos e não negócios. Alianças
sem nenhuma coesão programática - defendeu o deputado Esperidião Amin (SC)
antes da votação.
Fonte: O Globo
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