quarta-feira, 27 de maio de 2015

Após polêmica, Câmara decide votar doação de empresa a partido

PT dizia que derrubada de emenda na madrugada impedia nova votação. Maioria, porém, decidiu votar alternativas de financiamento de campanha.


Após discussão em plenário e críticas do PT, a maioria dos líderes da Câmara decidiu continuar nesta quarta-feira (27) a votação de propostas de financiamento de campanhas eleitorais, entre as quais uma que inclui na Constituição Federal a permissão de doação de empresas a partidos políticos. O tema integra a proposta de reforma política que começou a ser analisada pela Casa nesta terça (26).
O partido da presidente Dilma Rousseff argumentava que a derrubada de uma emenda que incluía na Constituição a doação de empresas tanto a partidos quanto a candidatos impedia a votação do texto do relator da reforma política, Rodrigo Maia (RJ), e de outras emendas sobre o tema. No entanto, a maioria dos líderes e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sustentaram que isso não impede a continuidade da votação sobre a matéria, já que o texto do relator e as demais emendas não são iguais à que foi rejeitada.
A intenção do PMDB é aprovar uma proposta que insere na Constituição a possibilidade de empresas doarem a partidos, já que foi derrotada a emenda que previa doação de pessoa jurídica tanto para legendas quanto para candidatos. A divergência sobre a continuidade da votação gerou bate-boca em plenário, com protestos de parlamentares do PT, PSOL e PCdoB.
“Não é correto, não é democrático. É antiético”, criticou o líder do PSOL, deputado Chico Alencar (RJ). “Não se pode votar matéria vencida”, emendou a líder do PCdoB, Jandira Feghali (RJ). O líder do PT, Sibá Machado (AC), tentou argumentar que Cunha tinha deixado claro na madrugada de quarta que a rejeição da emenda, por tabela, já derrubava o texto do relator.
Cunha rebateu afirmando que havia se equivocado e ressaltou que, pelo regimento, ainda seria preciso votar o texto do relator, que estabelece doações de pessoas jurídicas somente para partidos (excluindo candidatos). Partidos como PSDB e PSD o apoiaram.
Irredutível, Cunha disse que a sua decisão estava tomada, mas, quando, afirmou, “vamos votar, votar”, parlamentares contrários revidaram gritando: “Golpe, golpe, golpe”. Diante do impasse, o presidente da Câmara precisou suspender a sessão e reunir os líderes partidários em seu gabinete para chegar a um acordo. Após cerca de 10 minutos, os parlamentares deixaram o plenário anunciando que votariam as demais propostas de financiamento de campanha.
Uma delas, de autoria do PT, estabelece o financiamento exclusivamente público de campanha. Outra emenda prevê que apenas pessoas físicas possam fazer contribuições. E uma terceira propõe que as doações privadas sejam destinadas somente para partidos e não para candidatos.
Fonte: G1


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