quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Para Marina, perguntas sobre crença são feitas porque ela é evangélica

'Nunca vi ninguém fazendo essa pergunta a um líder católico', afirmou. Candidata do PSB participou nesta quinta do Painel RBS, em Porto Alegre
























A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, reclamou nesta quinta-feira (4), durante sabatina em Porto Alegre, que a imprensa só questiona sobre sua fé em razão de ela ser evangélica. A presidenciável classificou as indagações em torno de seus posicionamentos religiosos como "preconceito" e disse que não vê o tema sendo colocado a católicos ou a pessoas sem nenhuma crença. Marina participou do Painel RBS especial de eleições, entrevista promovida pelo Grupo RBS, na capital gaúcha.

"Essa pergunta é feita a mim porque sou evangélica, nunca vi ninguém fazendo essa pergunta a um líder católico ou a uma pessoa que não tenha crença", respondeu Marina, ao ser questionada sobre a influência de suas crenças em suas decisões. "A fé de qualquer pessoa faz parte de sua vida e acho que deve ser respeitada tanto quanto quem não tem crença nenhuma. O presidente da República comprometido com o Estado laico tem de defender o Estado laico", ponderou.

Na última terça (2), ao ser indagada durante entrevista ao "Jornal da Globo" sobre se era verdade que tomava decisões lendo aleatoriamente a Bíblia, ela ressaltou que, para qualquer pessoa cristã ou judia, "a Bíblia é sem sombra de dúvida uma fonte de inspiração". Na ocasião, a ex-senadora afirmou que, apesar da inspiração religiosa, para todas as pessoas "as decisões são tomadas com base racional".

Marina chegou aos estúdios da RBS TV, onde ocorreu a sabatina, acompanhada de seu candidato a vice, o deputado Beto Albuquerque (RS), e do senador gaúcho Pedro Simon (PMDB), que foi convencido pela presidenciável do PSB a disputar a reeleição ao Senado.
A ex-senadora foi a terceira entrevistada da série de painéis do Grupo RBS com os presidenciáveis. Dilma Rousseff foi a primeira a ser sabatinada. Luciana Genro participou do evento na semana passada.

CASAMENTO GAY - Na sabatina desta quinta, Marina Silva também voltou a comentar as alterações promovidas no capítulo de seu programa de governo que defendia o apoio ao casamento gay. Um dia após lançar seu conjunto de propostas para a eleição presidencial, a campanha do PSB tirou o trecho que manifestava apoio a projetos para legalizar o casamento igualitário no Brasil, que permite a união entre pessoas do mesmo sexo.

Segundo a candidata, o recuo em torno do tema não se deu por pressão do pastor Silas Malafaia, líder da igreja evangélica Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Malafaia criticou a proposta da ex-senadora nas redes sociais assim que foi divulgado que o programa dela se posicionava a favor de que o casamento gay se tornasse lei.

"Para ser sincera, eu nem li os tuítes do pastor Silas Malafaia. Não me sinto pressionada por ele e nem por ninguém. Eu me sinto no processo de discussão democrática. O nosso programa é respeito aos direitos da pessoa. Os direitos dos que creem e dos que não creem", disse Marina.
Ela assegurou na entrevista em Porto Alegre que a alteração no programa foi feita pela própria equipe de governo, e não por ela. "As pessoas podem até não acreditar. Já tem preconceito pelo fato de eu ser evangélica", enfatizou.

Apesar do mal-estar provocado com militantes de movimentos sociais devido ao recuo na pauta gay, a candidata afirmou ter melhores propostas para os homossexuais do que as apresentadas pela presidente Dilma Rousseff, candidata do PT à reeleição, do presidenciável do PSDB, Aécio Neves, e da ex-deputada Luciana Genro, que disputa a corrida presidencial pelo PSOL.
"Posso te dizer que, no nosso programa, os direitos da comunidade LGBT são melhores contemplados que os programas da Dilma, da Luciana e do Aécio. O deles têm uma pequena frase. O nosso assegura direitos", destacou Marina. 

Fonte: G1

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