Só
11 disputas para governos estaduais devem terminar no 1º turno
Fernando Rodrigues (UOL)
As eleições caminham para ser concluídas em
turno único em apenas 11 unidades da Federação. Nessas localidades, o 1º
colocado ultrapassa as intenções de voto de todos os seus adversários somados,
além da margem erro das pesquisas.
As 11 unidades da Federação nas quais a eleição
pode ser decidida no 1° turno são as seguintes: Alagoas, Bahia, Espírito Santo,
Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São
Paulo e Tocantins. Para ler os detalhes da disputa, leia a tabela ao final
deste post.
Trata-se de uma um número historicamente baixo
de eleições de governadores em turno único. Desde 1990, quando passou a vigorar
esse formato de escolha para chefes do Executivo, só em 1994 houve um número
menor de eleitos no 1º turno (foram 9 naquela disputa). Eis os dados
históricos:
Na regra eleitoral atual, é necessário ter,
pelo menos, 50% mais um dos votos válidos para ficar com a vaga na primeira
votação. Quando isso não ocorre, os 2 mais bem colocados se enfrentam novamente
num 2º turno.
O 1º turno é sempre, como definido na regra
legal, no primeiro domingo do mês de outubro. O 2º turno, se necessário, é no
último domingo de outubro. Neste ano de 2014, as datas são 5 e 26 de outubro.
Há curiosidades e coincidências sobre as
eleições de governadores. Por exemplo, em apenas em 2 Estados o governador
sempre foi eleito no 1º turno: Amazonas e Mato Grosso. Neste ano, segundo a
pesquisa disponível, é possível que o Mato Grosso mantenha a tradição e encerre
a disputa já no dia 5 de outubro, com a vitória do primeiro colocado (no
momento), Pedro Taques (PDT).
No Amazonas, a decisão no 1º turno ainda é
incerta. Eduardo Braga (PMDB) está empatado tecnicamente com a soma de todos os
seus adversários –o que pode levar a disputa para uma segunda votação.
Só 1 Estado nunca teve até hoje uma eleição
decidida no 1º turno: Pará. Neste ano de 2014, os paraenses têm, de acordo com
as pesquisas, dois candidatos empatados em primeiro lugar: Helder Barbalho
(PMDB) e Simão Jatene (PSDB), ambos com 40% no Ibope.
Quando se observa quais partidos mais venceram
eleições de governadores no 1º turno, nota-se uma pulverização.
Na soma geral, de 1990 até 2010, as siglas que
mais tiveram candidatos eleitos no 1º turno foram PMDB, com 17 vitoriosos na
primeira votação em todas as eleições; DEM (incluindo o antigo PFL), com 16, e
PSDB, com 15.
Neste ano de 2014, o partido que mais pode
eleger governadores no 1º turno é o PMDB (em 4 Estados) e o PSDB (em 2 Estados).
REELEIÇÃO
DIFÍCIL - Entre os 18 governadores candidatos à
reeleição, apenas 6 estão em primeiro lugar nas pesquisas. E só 2 devem
garantir uma vitória no 1º turno, considerados os levantamentos mais recentes
de intenção de votos: Geraldo Alckmin (PSDB), em São Paulo, e Raimundo Colombo
(PSD), em Santa Catarina. Todos os outros 16 enfrentam disputas acirradas.
Se as urnas confirmarem essa dificuldade de
governadores que tentam se reeleger, há duas leituras mais óbvias para esse
fato.
Primeiro, que o vento de mudança que assola o
país não se aplica apenas ao plano federal. Nos Estados os eleitores parecem
também desejar uma troca das forças no poder.
Segundo, que o senso comum contra o mecanismo
da reeleição é falho –quando o eleitor não gosta do chefe do Executivo local,
nunca há uma reeleição automática, independentemente da força da máquina
eleitoral governista.
De acordo com as pesquisas, há também 4
governadores que disputam um novo mandato e estão em 1º lugar, mas tendem a
enfrentar um 2º turno: Marconi Perillo (PSDB), em Goiás, Simão Jatene (PSDB),
no Pará, Beto Richa (PSDB), no Paraná, e Jackson Barreto (PMDB), em Sergipe. O
Blog compilou os resultados das últimas pesquisas disponíveis:
A reeleição está praticamente perdida para 4
candidatos à reeleição, já que seus adversários estão em posição de vencer a
disputa no 1º turno de 5 de outubro. Esse é o panorama para Renato Casagrande
(PSB), no Espírito Santo, Ricardo Coutinho (PSB), na Paraíba, Zé Filho (PMDB),
do Piauí, e Sandoval Cardoso (SDD-TO).
O candidato a vice-presidente pelo PSB, Beto
Albuquerque, afirmou em entrevista ao Poder e Política na 4ª feira (3.set.2014)
que conta com a onda marinista para reverter o resultado ruim de Casagrande e
Coutinho.
O PMDB é a legenda com mais candidatos em 1° lugar.
São 8 nomes nessa situação. Em seguida vem o PSDB, com 6 tucanos liderando as
pesquisas. O PT tem 3 candidatos próprios puxando a fila nas disputas
estaduais.
ALIANÇAS - Na conta que soma os candidatos próprios de
cada partido aos candidatos coligados, o PT influi sobre líderes de pesquisas
em 14 Estados, incluindo nomes do PMDB, PR, PTB, PSD, PDT e PC do B.
O melhor desempenho de um cabeça de chapa
petista é de Wellington Dias, no Piauí, que ganharia no primeiro turno se as
eleições fossem hoje. É o único nome do partido hoje nessa situação
confortável. O cenário também é bom para os petistas Fernando Pimentel, em
Minas Gerais, e Delcídio do Amaral, no Mato Grosso do Sul. Eles lideram a
disputa isolados, com vantagem sobre o segundo colocado superior à margem de
erro.
O PSDB tem candidatos próprios ou coligados em
13 unidades da Federação. Essa conta inclui nomes do DEM, PR, PMDB, PC do B,
PDT e PP. Há 2 tucanos com chance de vencer em turno único: Alckmin, em São
Paulo, e Cássio Cunha Lima, na Paraíba. Outros 3 filiados ao partido estão em
primeiro lugar isolados: Marconi Perillo, em Goiás, Beto Richa, no Paraná, e
Expedito Júnior, em Rondônia.
O PSB, que projeta dobrar sua bancada ao
Senado, está em situação muito mais difícil na disputa pelos governos. Tem 3
candidatos próprios ou coligados em primeiro lugar, sendo que apenas 1 deles é
do PSB: Paulo Câmara, em Pernambuco, que lidera a disputa empatado
numericamente com Armando Monteiro (PTB).
Fonte: John Cutrim
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