Após
derrotar Luiz Henrique, senador disse que disputa fortalece. Ele defendeu referendo para mudar regras eleitorais.
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Renan Calheiros durante a sessão que o reelegeu presidente do Senado |
Após ser
reeleito presidente do Senado Federal, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse neste domingo (1º) que sua
prioridade no novo mandato é encontrar consenso para votar a reforma política e
as medidas de ajuste fiscal do governo “sem abrir mão das conquistas do povo
brasileiro”.
“Os
senadores tomaram posse hoje, um terço do Senado, e esperamos construir um
consenso para que tenhamos uma agenda econômica e façamos num curto espaço de
tempo a reforma política”, afirmou.
Com 49 dos
81 votos, ele foi reconduzido para dois anos no comando do Senado. O outro candidato, Luiz Henrique (PMDB-SC), obteve 31
votos; um senador votou nulo.
No dircuso
após a vitória, Renan defendeu que as mudanças nas regras eleitorais sejam
primeiro aprovadas pelo Congresso para depois serem submetidas a
referendo popular e não o inverso, com plebiscito, como já propôs o governo. Na
economia, pregou “maior diálogo com setores produtivos e com a sociedade
organizada”.
Renan ainda
aproveitou o dircurso para agradecer aos colegas pela “renovação da confiança”.
“Me obriga a redobrar o trabalho, triplicar o ânimo, quadriplicar a vontade de
acertar para corresponder ao crédito que me foi concedido pelos senadores”,
afirmou.
O
presidente também agradeceu ao seu partido, o PMDB, que, segundo afirmou Renan,
garante a ele “estabilidade”. “Como fiador do modelo democrático, o partido
atua para o equilíbrio do poder e repele qualquer pendor hegemônico onde quer
que ele esteja camuflado”, disse. Calheiros ainda afirmou que “a disputa é
sempre saudável porque ela fortalece e encoraja a instituição”.
Este será o
quarto mandato de Renan Calheiros na presidência do Senado. O primeiro foi em
fevereiro de 2005. Foi reconduzido em 2007, mas acabou renunciando ao cargo em
meio a denúncias de que usou dinheiro de lobista para pagar pensão de uma filha
fora do casamento. Reeleito senador, foi escolhido novamente para a presidência
em 2013.
Nos últimos
dois anos em que esteve à frente do Senado, Renan teve confrontos com o Supremo Tribunal
Federal (STF), ao qual
acusou de interferir nos trabalhos do Legislativo, e ajudou o Palácio do
Planalto a garantir a aprovação de projetos importantes, como a Lei dos Portos
e a alteração da meta de superávit de 2014.
DISPUTA CONTRA LUIZ HENRIQUE - No discurso após a
proclamação do resultado da eleição, Renan fez uma menção a Luiz Henrique “pela
correção e espírito público verificado ao longo de sua trajetória”. “A disputa
agora já é passado e todos nós ansiamos pelo futuro. Serei presidente de todos
os senadores, como demonstrado nos últimos anos, desejo renovar meu firme
compromisso pela autonomia e independência do Senado”, declarou.
Embora
Renan tenha oficializado sua candidatura a somente dois dias da eleição, ele já
havia começado a costurar apoio ao seu nome ainda no final do ano passado. A
demora foi criticada por vários partidos e levou o PSB a lançar o senador
Antonio Carlos Valadares (SE) na última segunda-feira (26).
Em seguida,
o peemedebista Luiz Henrique também decidiu concorrer ao cargo com apoio da
oposição. Desde o início do ano, DEM e PSDB procuravam articular um nome
alternativo do próprio PMDB para enfrentar Renan, uma vez que cabe ao partido
com maior número de assentos (o PMDB tem 19) indicar o presidente da Casa.
Henrique
foi lançado por dissidentes do PMDB, Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Waldemir Moka
(PMDB-MS), e acabou recebendo apoio dos partidos de oposição DEM, PSDB, PPS,
PSOL e PSB e de senadores da base governistas considerados “independentes”,
como Ana Amélia (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-AP). O PSB retirou a
candidatura de Valadares e aderiu ao peemedebista.
Na última
sexta-feira, a bancada do PMDB, por 15 votos dos 19 integrantes, decidiu apoiar
formalmente a candidatura de Renan Calheiros em detrimento da de Luiz Henrique,
o que recebeu apoio do PT. Na ocasião, o presidente disse que o Congresso não
caminha por “projetos pessoais e candidaturas avulsas” e que era preciso
“aceitar” as indicações partidárias. Ainda que sem aval do partido, Luiz
Henrique deu prosseguimento à candidatura.
Fonte: G1
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