Corte na distribuição foi determinado pelo ONS, órgão do governo federal responsável pela coordenação e controle de geração e transmissão de energia elétrica no Brasil
Além da falta de água nas torneiras, a crise
hídrica começa agora a afetar também a distribuição de energia elétrica no
País. Cidades de ao menos sete Estados brasileiros, a maioria na
região Sudeste, registraram cortes severos, na tarde desta segunda-feira (19),
deixando residências e comércios totalmente no escuro.
O contratempo ocorreu devido a
uma determinação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), órgão
federal responsável pela coordenação e controle de geração e transmissão de
energia elétrica no País, que, no entanto, ainda não se pronunciou a respeito.
Até às 17 horas, a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), que regulamenta o setor, ainda não havia sido informada sobre
a recomendação do ONS para que as distribuidoras de energia reduzissem o
fornecimento.
A informação sobre a falta de energia em diversos
pontos do País, especialmente em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Espírito Santo, surgiu com a proliferação de posts em redes sociais com
reclamações de internautas a respeito. Logo, as empresas responsáveis pela
distribuição começaram a divulgar notas sobre os problemas, que também
atingiram cidades em outras unidades federativas, como Rio Grande do Sul,
Paraná, Goiás, além do Distrito Federal.
Em São Paulo, ao menos duas estações de metrô – Luz
e República – precisaram ser fechadas durante o apagão, que afetou bairros
como Campo Belo, Santa Cecília, Campos Elíseos e Vila Mariana, nas regiões
central e sul da capital paulista. A Linha 4-Amarela foi paralisada por mais de
uma hora e passageiros foram obrigados a caminhar pelos trilhos do metrô para
deixar os vagões – a situação foi normalizada às 16h30. No interior,
Campinas também registrou falta de energia elétrica em diversos bairros, bem
como São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Concessionária responsável pela distribuição de
energia em território paulista, a AES Eletropaulo divulgou nota na qual afirmou
ter cortado mais de 700 megawatts da energia distribuída devido à orientação do
ONS. A energia começou a ser restabelecida pouco antes das 17h.
A Light, que cuida da distribuição de energia no
Estado do Rio de Janeiro, também confirmou o corte, mas de 500 megawatts.
A medida foi tomada pouco antes das 15h nas zonas norte e oeste da capital,
incluindo os bairros de Jacarepaguá, Taquara, Coelho Neto, Acari e Cordovil.
Relatos de apagão também vieram de São Gonçalo, Niterói e outros 13 municípios.
A empresa afirma que a medida foi aplicada por "alívio de carga". A
queda durou cerca de uma hora e meia.
No Paraná, foi
cortada por cerca de meia hora a carga de 320 megawatts, segundo a Companhia
Paranaense de Energia (Copel), mais da metade do total distribuído pela empresa
ao Estado todos os dias. O governo do Paraná afirma que ao menos 300 mil
pessoas foram afetadas.
A diminuição na distribuição pela Escelsa, do
Espírito Santo, levou o apagão a ao menos oito munícipios do Estado
– Piúma, Alegre, Cachoeiro de Itapemirim, Marataízes, Presidente Kennedy,
João Neiva, Barra de São Francisco e Pinheiros. O fornecimento foi afetado após
liberação do ONS.
Os apagões ilustram perfeitamente a situação
complicada que o País vive em relação ao abastecimento hídrico. Com vários
Estados enfrentando estiagem há muitos meses, a falta de água nas
torneiras já é evidente desde o início do ano passado. Agora, ela
também passa a afetar as usinas hidrelétricas, responsáveis por transformar a
água em energia elétrica.
Fonte: Último Segundo
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