Senador
teria sacado R$ 2 milhões do Banco Santos antes de intervenção. Ao G1, José
Sarney disse que não recebeu informação privilegiada
A Justiça
Federal de São Paulo enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) documentos que apontam a
suspeita de que o senador José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente da República,
recebeu informação privilegiada por resgatar R$ 2 milhões aplicados em fundos
do Banco Santos um dia antes de o Banco Central decretar intervenção na
instituição financeira, em novembro de 2004.
Ao G1, Sarney disse que não
recebeu informação privilegiada e que só resgatou os valores porque todos
estavam tirando dinheiro em razão do noticiário sobre o banco. "Eu tirei
porque todo mundo estava tirando", declarou.
O senador
lembrou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já entendeu que ele não foi
favorecido. "Na CVM, já foi encerrado. Acredito que será arquivado no
Supremo", disse.
Após
decretar a intervenção, o BC identificou empréstimos irregulares e práticas de
gestão fraudulenta. Diversas empresas perderam dinheiro. Segundo o Ministério Público Federal, os credores do banco tiveram prejuízo
de mais de R$ 2 bilhões.
Os
documentos sobre a suposta relação do senador Sarney com o caso chegaram ao
Supremo na segunda-feira (19). O relator do caso é o ministro Dias Toffoli, que
deverá autorizar ou não a continuidade da apuração.
Nesta
quinta-feira (22), Toffoli enviou o processo para a Procuradoria Geral da
República, que não tem prazo para dar um parecer sobre o assunto e devolver o processo.
A ação que
apura se o banqueiro Edemar Cid Ferreira cometeu crimes contra o sistema
financeiro no Banco Santos tramitou na 6ª Vara Criminal da Justiça Federal de
São Paulo. O banqueiro já foi condenado a 21 anos de prisão por crimes como
gestão fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, mas recorreu.
A 6ª Vara
enviou os documentos sobre Sarney ao Supremo porque, como senador, ele só pode
ser investigado em inquérito autorizado pela Suprema Corte.
O
Ministério Público Federal em São Paulo apontou a possibilidade de Sarney ter
sido beneficiado e ter cometido crime contra o sistema financeiro em razão de
sua "proximidade" com o banqueiro Edemar Cid Ferreira. Eles seriam
amigos íntimos, conforme a Procuradoria. Testemunhas dizem que o próprio
banqueiro teria dado instruções para o resgate do dinheiro.
Fonte: G1
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