As
maiores empreiteiras do País estão com comitês de crise montados, neste
momento, em seus quartéis-generais. O motivo é que o maior homem-bomba do País
acendeu seu pavio. Dono de 36 pen drives em poder da Polícia Federal, nos quais
fez anotações detalhadas sobre os negócios em que atuou como diretor de
Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa registrou nomes de executivos
com os quais se relacionou, os tipos de problemas que trataram e as
"soluções" encontradas. As primeiras explosões em cima dessa lista
podem ser feitas por Costa a deputados de uma comissão externa da Câmara dos
Deputados, que pretende ir até o Paraná para ouvi-lo. Na prática, seria o
início da CPI da Petrobras antes mesmo de sua instalação oficial.
Mas PR, como o preso já é conhecido na Polícia Federal, em
razão das rubricas que fazia sobre seu nome nos documentos apreendidos, pode ir
muito mais além.
A delação premiada e a entrada no programa
nacional de proteção a testemunhas estão nos planos do ex-diretor preso. Ele se
sente absolutamente inseguro dentro da PF. O segundo
bilhete vazado por Costa no dia 28 de abril, relatando pressões e
ameaças, chegou nesta segunda-feira 5 à Justiça. Costa foi transferido para um
presídio comum, mas retornou à PF em razão de risco de morte por 'queima de
arquivo'. A filha e o cunhado de Costa foram indiciados em inquérito por
suspeita de queima e extravio de documentos. PR não tem muito a perder.
O ex-ministro Marcio Thomaz Bastos está advogando para a
Camargo Corrêa, empreiteira mais atingida pela Operação Lava Jato.
Bastos avisou os sócios da companhia, conforme apurou 247,
que o material em poder da PF é absolutamente explosivo. A empresa já se
prepara para enfrentar o pior. Em março de 2009, na Operação Castelo de Areia,
a Polícia Federal tomou a sede da empreiteira em São Paulo e prendeu quatro
diretores e três secretárias, além de três homens apontados como doleiros. A
história pode se repetir a qualquer momento.
PR vai detonar?
Abaixo, notícia do portal
Conjur a respeito:
Ex-diretor da Petrobras volta a
denunciar agente da PF
Por Pedro Canário
Antes de ser transferido da Penitenciária de Piraquara (PR)
para a carceragem da Polícia Federal, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
da Costa reclamou pelo menos mais uma vez de ter sofrido ameaças. Chegou às
mãos do Judiciário nesta segunda-feira (5/5) mais um bilhete em que o executivo
afirma que o mesmo agente da PF de que ele reclamou antes o procurou para
ameaçá-lo por tê-lo denunciado.
O bilhete data do dia 28 de abril. Paulo Roberto da Costa
escreve que esse agente da PF, cujo nome não foi revelado, o procurou para
dizer: "Você falou que tinha sido ameaçado por mim e o delegado falou
comigo. Eu não terei mais nenhuma boa vontade com vocês!" Em seguida,
Costa reclama de ter passado aquele fim de semana "fechado, sem banho e
caminhada, por 48 horas". O ex-executivo da Petrobras também relata ter
ouvido do agente da PF: "Você tem que tomar no meio do olho e por isso que
você não vai mais sair daí".
Palo Roberto da Costa está preso desde o dia 20 de março.
Ele é um dos acusados na ação penal que decorreu da operação lava jato, em que
a PF investigou denúncias de remessas ilegais de dinheiro ao exterior. A
primeira vez que reclamou das ameaças, também por meio de um bilhete, revelado
pela ConJur, foi no dia 25 de abril. Nele, Costa afirma que o agente da PF lhe
disse que ele estava "criando muita confusão". O novo bilhete data de
três dias depois.
Logo
depois das denúncias de Costa, seus advogados entraram com pedido de Habeas
Corpus reclamando das condições em que o ex-diretor estava preso. Na
sexta-feira (2/5), depois do HC, Paulo Roberto da Costa foi transferido de
volta para a carceragem da PF, cinco dias depois de ter saído de lá e ser
transferido para a Penitenciária de Piraquara.
OPERAÇÃO LAVA JATO - Costa
é engenheiro mecânico e assumiu em 2004 a Diretoria de Abastecimento da
Petrobras. Hoje aposentado e consultor na área de petróleo e gás, ele teve o
nome envolvido em operação que investiga supostas remessas ilegais pelo doleiro
Alberto Youssef. A PF afirma que, em um e-mail usado por Youssef, foi recebida
nota fiscal de um veículo em nome de Paulo Roberto Costa, no valor de R$ 250 mil.
Por isso, a PF atribui indícios de pagamento de vantagem, o que poderia
configurar crime de corrupção ativa.
A
prisão temporária foi decretada de
pois de o juiz do caso, Sérgio Fernando Moro,
avaliar que alguns familiares de Costa participaram da ocultação de provas,
retirando do escritório dele grande quantidade de documentos enquanto a PF
tentava conseguir a chave da sala. Quatro dias depois, a prisão foi convertida
para o caráter preventivo. A defesa alega não haver qualquer indício de que o
cliente tenha cometido crimes contra o sistema financeiro nacional ou de
lavagem de dinheiro.
Fonte: Brasil 247
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