Ministro
comunicou aos presidentes do Senado e da Câmara, Renan Calheiros e Henrique
Alves, que deixará o tribunal
O presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, passou nesta quinta-feira
pela Senado e pela Câmara dos Deputados para anunciar sua aposentadoria aos
presidentes das duas casas. Barbosa comunicou ao senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) que deixará o tribunal. Depois, ele conversou com o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Aves (PMDB-RN). Segundo Alves, Barbosa disse que agora
“vai se dedicar à vida privada”. O ministro deve fazer um pronunciamento nesta
quinta-feira na abertura da sessão plenária do Supremo. Há meses ele vinha
deixando claro sua intenção de se aposentar até o fim deste ano.
- Ele
(Joaquim) disse que vai deixar o STF. Nos comunicou que a visita era para se
despedir. Sentimos muito porque é uma das melhores personalidades do país.
Estamos muito tristes - disse Renan Calheiros.
O presidente
do Senado afirmou que a aposentadoria de Joaquim Barbosa deve se dar em junho,
mas ainda não teria data confirmada.
No percurso
entre o Senado e o gabinete do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), Joaquim evitou confirmar, mas indiretamente deixou claro que vai se
aposentar mesmo.
- Aguardem.
Direi no momento oportuno. Não confirmo nada - disse Joaquim.
Mas, ao ser
perguntado por uma repórter se deixará o tribunal em junho, o presidente do STF
deixou claro que está de saída.
- Não tem
data ainda.
Antes de ir
para o Senado, Barbosa se encontrou com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio
do Planalto. Foi Barbosa quem pediu a audiência, que durou cerca de 15 minutos.
Segundo o Planalto, participaram do encontro somente Barbosa e Dilma. O
ministro pediu que a presidente mantivesse reserva sobre o teor da conversa.
Barbosa
repassaria a presidência do STF no fim do ano para o ministro Ricardo
Lewandowski, com que quem ele não tem bom relacionamento desde o início do
processo do mensalão, quando ambos ficaram em campos opostos.
HENRIQUE
ALVES CONFIRMA DECISÃO DE BARBOSA - O
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), confirmou que o
presidente do STF irá se aposentar.
- Ele
(Joaquim) veio de forma gentil e respeitosa nos comunicar que vai se aposentar
agora, antes do recesso (em julho). Ele disse que já vinha amadurecendo essa
questão há tempos e que tomou essa decisão há dois meses - disse Henrique
Eduardo Alves, que continuou:
- Foi um
mandato importante (de Joaquim no STF), polêmico, mas com uma conduta muito
responsável. Desejei-lhe boa sorte na nova vida que vai iniciar. Ele disse que
sai com a consciência de dever cumprido e que vai se dedicar à vida privada.
Disse também que ficará entre Rio e Brasília. E que vai assistir à Copa do
Mundo - completou Alves.
BARBOSA NÃO
PODE MAIS SER CANDIDATO ESTE ANO - Os
ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes disseram
nesta quinta-feira que Joaquim Barbosa não pode mais se candidatar nas eleições
deste ano. Para isso, teria que ter deixado o cargo com pelo menos
seis meses de antecedência, ou seja, até o começo de abril.
- Ele teria
que ter se desincompatibilizado (do cargo de ministro do STF) até 4 de abril.
Parece que o cavalo passou encilhado e ele não colocou o pé no estribo. Não dá
mais. Agora, ele está inelegível - explicou Marco Aurélio.
O ministro
criticou a decisão de Barbosa de deixar o cargo. Por outro lado, minimizou o
caso, lembrando das fortes dores de coluna do colega. Marco Aurélio disse que
vai deixar o cargo só quando não o deixarem mais, ou seja, quando completar 70
anos, idade da aposentadoria compulsória.
- Ele tem um
problema seríssimo de coluna. Eu como integrante do Supremo não concebo que se
vire as costas a uma cadeira no Supremo. Eu, por exemplo só vou sair na
undécima hora, com cartão vermelho, "vai pra casa". Agora, ele tem um
problema de saúde muito sério. E talvez por isso esteja deixando. Meu Deus do
céu, ele é um homem de quantos anos? - questionou Marco Aurélio.
Informado de
que Barbosa fará 60 anos em outubro, o ministro disse:
- Teria
praticamente 11 anos (ainda de Supremo).
Fonte: O Globo
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