quinta-feira, 28 de abril de 2016

Sem Dilma nem Temer: Senadores exigem novas eleições antes do impeachment da presidente


No dia em que a pesquisa Ibope mostrou que 62% dos entrevistados acreditam que a melhor saída para a crise política é a convocação de novas eleições, o discurso pelo novo pleito ganhou força entre setores do Partido dos Trabalhadores e para um grupo de senadores que não se identificam como aliados nem defendem o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
O senador João Capiberibe (PSB-AP) é um dos que acreditam que o impeachment só "interessa os dois grupos que estão se engalfinhando pelo poder, não interessa à sociedade”.

"O que interessa à sociedade – e a voz rouca da rua tem que influenciar este plenário –, o que interessa é a eleição. O povo, o Ibope vem de soltar uma pesquisa em que 62% da população brasileira quer uma nova eleição, porque sabe que nós não temos condições hoje de conduzir esse processo. E entre os jovens, o índice é de 70% dos jovens. Os jovens querem nova eleição. E nós temos que ir ao encontro da voz que vem das ruas.”

A ideia defendida por Capiberibe e outros senadores, como Cristovam Buarque (PPS-DF) e Lídice da Mata (PSB-BA), é convocar o novo pleito para outubro, quando ocorrem as eleições municipais.
Para isso, a Proposta de Emenda à Constituição que tramita para possibilitar as eleições teria que ser aprovada antes da conclusão do processo de impeachment.
Estratégia - O discuso dos senadores vai ao encontro da estratégia que o Partido dos Trabalhadores vem traçando para o momento em que a presidente Dilma for afastada do cargo.
Internamente, a legenda já dá como certo o afastamento da presidente no próximo dia 11, quando o plenário do Senado vota se o processo de impeachment deve ser levado adiante.
A partir deste momento, o vice Michel Temer assume o comando do País e os petistas planejam engrossar o coro, com o argumento de que esta seria uma "saída não golpista".
Há entre os integrantes da legenda o reconhecimento de que, mesmo que a presidente volte ao comando do País, a governabilidade que já era difícil se tornará “impossível”.
O discurso oficial, porém, ainda minimiza a defesa por novas eleições. Ao HuffPost Brasil, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (AP), disse que a sigla vai defender o mandato da presidente até o último instante.

“Se formos derrotados aqui, uma coisa é certa: vamos para as ruas, vamos fazer uma oposição ferrenha. Claro que novas alternativas serão discutidas.”

Fonte: Brasil Post

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