No dia em que a pesquisa Ibope mostrou que 62%
dos entrevistados acreditam que a melhor saída para a crise política é a
convocação de novas eleições, o discurso pelo novo pleito ganhou força
entre setores do Partido dos Trabalhadores e para um grupo de senadores que não
se identificam como aliados nem defendem o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
O senador João Capiberibe (PSB-AP) é um dos que acreditam
que o impeachment só "interessa os dois grupos que estão se engalfinhando pelo poder, não interessa à sociedade”.
"O que interessa à sociedade – e a voz rouca da rua
tem que influenciar este plenário –, o que interessa é a eleição. O povo, o
Ibope vem de soltar uma pesquisa em que 62% da população brasileira quer uma
nova eleição, porque sabe que nós não temos condições hoje de conduzir esse
processo. E entre os jovens, o índice é de 70% dos jovens. Os jovens querem
nova eleição. E nós temos que ir ao encontro da voz que vem das ruas.”
A ideia
defendida por Capiberibe e outros senadores, como Cristovam Buarque (PPS-DF) e
Lídice da Mata (PSB-BA), é convocar o novo pleito para outubro, quando ocorrem
as eleições municipais.
Para isso, a Proposta de Emenda à Constituição que tramita
para possibilitar as eleições teria que ser aprovada antes da conclusão do processo de
impeachment.
Estratégia - O
discuso dos senadores vai ao encontro da estratégia que o Partido dos
Trabalhadores vem traçando para o momento em que a presidente Dilma for
afastada do cargo.
Internamente, a legenda já dá
como certo o afastamento da presidente no próximo dia 11, quando o plenário do Senado
vota se o processo de impeachment deve ser levado adiante.
A partir deste momento, o vice Michel Temer assume
o comando do País e os petistas planejam engrossar o coro, com o argumento de
que esta seria uma "saída não golpista".
Há entre os integrantes da legenda o reconhecimento de que,
mesmo que a presidente volte ao comando do País, a governabilidade que já era
difícil se tornará “impossível”.
O discurso oficial, porém, ainda minimiza a defesa por novas
eleições. Ao HuffPost Brasil, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (AP),
disse que a sigla vai defender o mandato da presidente até o último instante.
“Se formos derrotados aqui, uma coisa é certa: vamos para
as ruas, vamos fazer uma oposição ferrenha. Claro que novas alternativas serão discutidas.”
Fonte: Brasil Post
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