Em
entrevista coletiva, realizada nesta quarta-feira, 3, na Procuradoria Geral de
Justiça, integrantes do Ministério Público do Maranhão, Controladoria Geral da
União, Polícia Civil e Polícia Federal, deram detalhes da Operação Geist
(fantasma em alemão), realizada no início da manhã de hoje.
De acordo
com o promotor de justiça Marco Aurélio Rodrigues, coordenador do Grupo de
Atuação Especial no Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), foram cumpridos
14 mandados de busca e apreensão em 13 endereços de São Luís e um em
Itapecuru-Mirim. Nove equipes formadas por policiais, delegados e técnicos dos
órgãos envolvidos realizaram, simultaneamente, as ações de busca e apreensão.
No
apartamento do empresário Fabiano de Carvalho Bezerra, localizado no condomínio
Lakeside (Ponta da Areia), que seria o operador de um esquema de fraude em
licitações e desvio de recursos públicos na Prefeitura de Anajatuba e em outros
municípios maranhenses, foram apreendidos cheques em branco, contratos,
computadores e outros documentos que podem ter relação com as supostas fraudes.
Até um carimbo do Cartório Celso Coutinho, de São Luís, foi encontrado na
residência.
Além do
promotor Marco Aurélio Rodrigues, participaram da coletiva os delegados Luís
Jorge, da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Parente
Júnior, da Polícia Federal, o chefe da Controladoria Geral da União (CGU) no
Maranhão Francisco Alves Moreira, e o auditor Sérgio Junqueira, também da CGU.
Segundo o
coordenador do Gaeco, a próxima etapa da investigação é a análise de todo o material
apreendido, a fim de enriquecer o conjunto probatório. Ele acrescentou que os
valores dos contratos com suspeita de irregularidades já somam mais de R$ 30
milhões. A empresa A4, de propriedade de Fabiano de Carvalho Bezerra, possui
contrato no valor de R$ 6 milhões com a Prefeitura de Anajatuba para prestação
de serviços de transporte, inclusive o escolar, mas não possui um automóvel
sequer.
Francisco
Alves, da CGU, informou que, além dos recursos federais desviados dos cofres
públicos, as investigações detectaram que há recursos do Tesouro estadual e de
fontes próprias do município de Anajatuba desviados pelo esquema de corrupção.
Entre as irregularidades já detectadas em processos licitatórios, a partir de
auditorias da CGU, estão o direcionamento nas licitações, restrição à
concorrência, contratos de fachada e pagamentos por serviços não executados.
Alves
afirmou, ainda, que algumas das empresas beneficiárias do esquema não existem
fisicamente no endereço declarado, não possuem funcionários, nem veículos e
máquinas, embora uma delas tenha sido contratada para realizar a coleta de
lixo.
OUTROS
MUNICÍPIOS - Na entrevista coletiva, os
integrantes dos órgãos de controle no Maranhão informaram que as investigações
preliminares indicam que as mesmas irregularidades constatadas em Anajatuba
podem estar ocorrendo em cerca de 30 municípios, entre os quais Caxias, Codó,
Trizidela do Vale, Chapadinha e Itapecuru-Mirim.
Fonte: Gilberto Lima
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