José Sarney, Pedro Simon e Eduardo Suplicy estão entre os políticos que
ficaram pelo caminho na corrida eleitoral
Dinastias e
lideranças políticas de vulto que tentaram se reeleger em 2014 acabaram se
tornando página virada após as eleições de outubro. O caso mais emblemático
talvez seja o do senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), de 84 anos.
Primeiro
presidente após a redemocratização (foi empossado devido à morte de Tancredo
Neves e cumpriu mandato entre 1985 e 1989), Sarney resistiu aos apelos de
aliados e anunciou em junho passado sua aposentadoria, evitando concorrer a um
novo mandato ao Senado pelo Amapá, para onde transferiu seu domicílio eleitoral
em 1990. A saída do patriarca pareceu o sinal de que a fortaleza política da
família acabaria cedendo.
No Maranhão,
seu Estado natal, sem a possibilidade de reeleição da filha Roseana Sarney ao
Executivo, o clã apostou suas fichas em Lobão Filho (PMDB), filho do ministro
de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB), que acabou derrotado por Flávio Dino
(PCdoB). O PT local, contra a orientação da legenda nacional, apoiou o
candidato comunista.
Na disputa à
única cadeira do Senado, os Sarney colheram nova decepção: a família apoiou a
postulação do ex-ministro do Turismo Gastão Vieira (PMDB), mas o eleito foi
Roberto Rocha (PSB).
Para não
entregar o cargo a seu sucessor após uma eleição aguerrida, Roseana Sarney deixou
o governo do Maranhão para o presidente da Assembleia Legislativa, o também
peemedebista Arnaldo Melo.
“Saio com a
certeza do dever cumprido e com esperança renovada de que trilhamos um bom
caminho. Desejo ao meu sucessor que tenha êxito no seu mandato. Estou
encaminhando à Assembleia Legislativa a minha carta de renúncia, o que faço por
motivos estritamente pessoais. Não digo adeus, esta é a minha terra, o povo do
Maranhão é a minha família. Estarei ao seu lado em todos os momentos de minha
vida", disse a ex-governadora em discurso durante a entrega da carta de
renúncia no último dia 10 de dezembro.
Goiás,
também assistiu à disputa entre duas candidaturas tradicionais. Melhor para o
tucano Marconi Perillo (PSDB), que foi reeleito e desbancou o peemedebista Iris
Rezende, que governou o Estado em duas oportunidades: 1983-1986 e 1991-1994.
Rezende também foi prefeito de Goiânia nos anos 1960 e novamente entre 2005 e
2010. Além disso, foi senador pelo Estado entre 1994 e 2002.
Suplicy e
Maluf - Depois de 24 anos no Senado
Federal, o petista Eduardo Suplicy (73 anos) não conseguiu a reeleição para
mais um mandato por São Paulo. Ele foi superado pelo tucano José Serra (PSDB),
que teve 58,49% dos votos válidos ante 32,53% do petista.
Eduardo
Suplicy reclamou do pouco empenho do partido em sua campanha, da qual custeou a
maior parte com recursos pessoais enquanto o governador Geraldo Alckmin (PSDB)
deu todo o suporte do partido a Serra (72 anos), beneficiado também pelo
sentimento antipetista paulista.
Aos 83 anos
e pleiteando um cargo público pela 23ª vez, Paulo Maluf (PP) recebeu pouco mais
de 250 mil votos na eleição para deputado federal. Os votos, porém, não têm
validade no pleito, pelo menos até sair a decisão final sobre sua
elegibilidade.
Maluf teve
sua candidatura indeferida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por conta da
Lei da Ficha Limpa, ao ser condenado em 2013 por superfaturamento na obra do
Túnel Ayrton Senna, quando foi prefeito de São Paulo, entre 1993 e 1996. O
tribunal ordenou que ele devolvesse R$ 42,3 milhões aos cofres públicos, além
de proibi-lo de disputar eleições por cinco anos. O político entrou com recurso
no STF (Supremo Tribunal Federal) e aguarda apreciação do caso pela
Corte.
Região sul - No Paraná, outra grife política que ficou no
caminho foi o peemedebista Roberto Requião (PMDB), que concorreu ao governo do
Estado e foi derrotado por Beto Richa (PSDB), que se reelegeu.
No Rio
Grande do Sul, o veterano Pedro Simon (PMDB) já havia anunciado sua retirada da
política quando a morte de Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência em
agosto, provocou uma mudança de cenário eleitoral, que levou Marina Silva (vice
de Eduardo) à liderança nas pesquisas.
Devido à
comoção pela morte de Campos, que tinha em Simon um de seus grandes apoiadores,
o político gaúcho foi convencido a concorrer mais uma vez. Junto com o
ex-governador do estado Olívio Dutra (PT), Simon foi derrotado pelo novato
Lasier Martins (PDT). A nota curiosa é que o peemedebista foi um dos
incentivadores para que Martins, comunicador de rádio e TV, migrasse para a
política.
Fonte: IG
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