Parlamentar
é suspeito de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef. Vargas foi cassado
por 359 votos a favor, um contra e seis abstenções.
A Câmara
dos Deputados cassou nesta quarta-feira (10) o mandato do deputado federal André Vargas (sem
partido-PR) por quebra de decoro parlamentar. Ele é suspeito de envolvimento
com o doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar um esquema de corrupção que
atuava na Petrobras.
A votação
que cassou o mandato do parlamentar do Paraná foi aberta. O placar eletrônico
do plenário da Câmara registrou 359 votos favoráveis pela cassação e somente um
contrário – o do deputado José Airton (PT-CE) –, além de seis abstenções. Para
que Vargas perdesse o mandato, era necessário que, ao menos, 257 deputados
votassem a favor da cassação.
Com a
cassação aprovada, Vargas poderá ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que o
deixa inelegível por oito anos. Ex-deputado do PT, ele tentou postergar ao
máximo a conclusão do processo político no Congresso. Como não se reelegeu,
Vargas deixará a Câmara ao final desta legislatura.
A maioria
dos partidos com representação na Câmara, incluindo o PT, orientou suas
bancadas a votar pela perda do mandato do ex-deputado petista. Somente os
líderes de PMN e PEN optaram por liberar os parlamentares para que votassem
como quisessem.
Vargas não
compareceu à sessão desta quarta-feira, apesar de, no mês passado, ter
dispensado seu advogado, optando por fazer pessoalmente sua defesa. À Câmara,
disse que não poderia ir ao Legislativo se autodefender por não ter condições
de falar.
No entanto,
ele conversou duas vezes nesta quarta-feira, por telefone, com a reportagem do G1. “Não irei de forma alguma
a Brasília. Minha licença expira só hoje [quarta] à noite”, ressaltou Vargas na
primeira ligação.
Ao final da votação, Vargas afirmou ao G1,
por telefone, que não acompanhou a sessão porque está internado no Hospital
Albert Einstein, em São Paulo. Ele não quis informar o motivo da internação.
"Não estou [acompanhando
a votação] porque estou internado no hospital Albert Einstein. Eu não estou
acompanhando pela TV", declarou.
Em seguida, ele foi informado
pela reportagem que a cassação de seu mandato tinha acabado de ser aprovada.
"Quanto foi o placar?",
questionou.
Ao ser indagado sobre as
medidas que pretendia tomar diante da cassação, o deputado se limitou a dizer.
"Eu não vou comentar, eu não vou comentar."
O hospital Albert Einstein
confirmou a internação, mas informou que, a pedido do paciente, não daria
informações sobre o estado de saúde.
CIRURGIA - Na noite da última segunda-feira (8), o agora
deputado cassado chegou a protocolar um recurso na Câmara pedindo o adiamento
da sessão que agendada para analisar seu processo de quebra de decoro.
No ofício, alegou que, devido
à recuperação da cirurgia odontológica realizada na semana passada, não poderia
se defender no plenário, já que estava sem condições de falar.
Vargas chegou a enviar na
segunda-feira um atestado médico comprovando a realização da cirurgia. Na
ocasião, solicitou uma licença médica até esta quarta-feira.
Para comprovar a realização
do procedimento cirúrgico, a assessoria de Vargas enviou fotos da arcada
dentária do deputado com um dente extraído. No entanto, o pedido de adiamento foi
negado pela direção da Câmara sob o argumento de que o regimento interno exige,
nesses casos, a indicação de uma junta médica para examinar o parlamentar.
Fonte: G1
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