Peemedebista diz que foi 'erro' ter voltado à vida pública após a
Presidência. Político fez último discurso na tribuna e recebeu apoio de colegas
José
Sarney faz discurso de despedida como senador no plenário do Senado
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Após 60
anos de mandatos políticos, o senador José Sarney (PMDB-AP) fez nesta quinta-feira (18)
seu discurso de despedida no plenário do Senado. Ele afirmou se arrepender de
ter voltado à vida pública depois de ter sido presidente da República, cargo
que exerceu de 1985 a 1990 devido à morte do presidente Tancredo Neves.
Depois que
deixou a Presidência da República, Sarney foi eleito para cinco mandatos
consecutivos de senador, dois pelo Maranhão e três pelo Amapá. Em junho,
o parlamentar anunciou a políticos e amigos que não disputaria as eleições
deste ano para, segundo sua assessoria, cuidar da mulher, em tratamento médico.
“Eu tenho um
arrependimento, até fazendo um mea-culpa. Penso que é preciso proibir que os
ex-presidentes ocupem qualquer cargo público, mesmo que seja cargo eletivo. Nos
Estados Unidos é assim, e eles passam a ter uma função que serve ao país.
Então, eu me arrependo. Acho que foi um erro que eu cometi ter voltado, depois
de presidente, à vida pública”, afirmou durante seu último discurso como
senador.
Sarney
falou sobre seu arrependimento quando defendia o fim da reeleição e ampliação
dos mandatos para cinco ou seis anos. “Precisamos levar a sério o problema da
reeleição”, disse. “Eu confesso que sou partidário de que não tivéssemos a
reeleição, mas também sou crente de que o mandato de quatro anos é muito
pequeno”, disse. No período em que presidiu o Senado, Sarney defendeu o mandato
presidencial de cinco ou seis anos.
APOIO
DE COLEGAS
- O senador deu início à fala dizendo que não tem inimigos e que sempre
cultivou o “diálogo e a paz”. “Deus me poupou do sentimento do ódio e do
ressentimento, da inveja e do desejo de vingança”, afirmou.
Ele
ocupou a tribuna por cerca de duas horas e recebeu apoio de diversos colegas,
que o chamaram de “estadista”, “grande político”, entre outros elogios. As
manifestações partiram de representantes de diversos partidos, como Gleisi
Hoffmann (PT-PR), Romero Jucá (PMDB-AP), Ruben Figueiró (PSDB-MS) e Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF).
Sarney
agradeceu, mas afirmou que pretendia fazer um discurso “modesto”, “sem muita
gente”. “Não quis fazer um discurso bonito, não quis fazer literatura. Não como
quem diz ‘adeus’, mas como quem diz ‘até logo’ a todos”, disse.
O plenário, que
inicialmente estava vazio, ficou repleto de senadores e servidores ao longo do
discurso. Os funcionários do Senado vão oferecer uma confraternização ao
ex-presidente nesta sexta-feira (19).
Fonte: G1
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