Os registros foram feitos
em 549 municípios, em 19 Estados e no Distrito Federal. No Maranhão já foram
confirmados 56 casos de bebês com microcefalia em 28 municípios
As notificações de
casos suspeitos de microcefalia subiram de 1.761 para 2.401 no país em uma
semana - chegando a quase quatro registros por hora. Desse total, 134 tiveram
confirmação para zika, em 102 essa relação foi descartada e outros 2.165
continuam sob investigação. Os registros foram feitos em 549 municípios, em 19
Estados e no Distrito Federal. Seis Estados entraram pela primeira vez na
lista: São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Rio Grande
do Sul. Além do aumento de casos, o governo já teme que as festas de fim de ano
espalhem o surto de zika pelo País.
As equipes do
Ministério da Saúde continuam nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Sergipe e Ceará, que estão entre os mais atingidos pelo problema. A
pior situação continua em Pernambuco, com 874 casos em investigação, seguido
por Paraíba e Bahia, com 322 e 316 suspeitas, respectivamente.
O diretor do
Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde,
Cláudio Maierovitch, avalia que o ritmo de registros de novos casos se reduziu
ao longo das últimas duas semanas.
Para ele, essa
queda no ritmo poderia ser explicada por dois motivos distintos. Profissionais
de saúde poderiam estar mais familiarizados com o problema e, com isso, o risco
de notificações incorretas diminuiria. Outra possibilidade seria uma
estabilização da epidemia. O pico de nascimentos de bebês com problema
coincidiria com os nove meses posteriores ao auge da epidemia de zika.
O pesquisador da
Fundação Oswaldo Cruz, Rivaldo Cunha, no entanto, acha precipitado falar em
queda do ritmo de registros. "O padrão está mantido", disse. Quando a
declaração de emergência em saúde pública foi feita, o número de casos era de
141. No boletim seguinte, o número havia saltado para 520 (268%) No terceiro
informe, os casos chegavam a 739 (42%). Depois passaram para 1.248 (68%) e para
1.761. "O último aumento foi muito significativo."
FIM DE ANO - De acordo com o
diretor, há transmissão sustentada atualmente em vários Estados, sobretudo no
Nordeste. Maierovitch admite que, com as festas de fim de ano, aumenta o risco
de a doença se espalhar por todo o País.
"Qualquer
movimentação acelera o risco. Esse é um temor. Daí a necessidade de o viajante
adotar os cuidados necessários para evitar a infecção." A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá incluir recomendações de prevenção para
os viajantes em sua página na internet.
Ele fez um apelo
para que pessoas, antes de deixar suas casas durante o período de férias, façam
uma proteção de locais que tenham potencial de se transformar em criadouros do
mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, da zika e da chikungunya.
"Estamos lidando com uma das maiores epidemias com registro no País",
disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
REPELENTE - O zika vírus é
transmitido pela picada do Aedes contaminado. Nesta quarta-feira, 16, uma
reunião será realizada com representantes de produtores de repelentes, integrantes
do Ministério da Saúde e da Anvisa para discutir a possibilidade de compra de
produto para distribuição para gestantes. "Há uma série de coisas que
precisam ser avaliadas. Entre elas, a capacidade da indústria para fornecimento
de produtos, prazos, preços", disse Maierovitch.
O diretor
ressaltou que a distribuição de repelentes é medida adicional. "O
repelente é um quebra-galho", definiu. "O principal é o combate ao
vetor."
ENTRADA NAS CASAS - O ministro da
Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou que o grupo deverá encaminhar
nesta semana à Advocacia-Geral da União (AGU) uma consulta sobre quais
procedimentos União, Estados e municípios devem adotar caso uma pessoa se
recuse a abrir a residência para visitas de agentes de controles de endemia ou
se houver prédios ou casas fechadas sem nenhuma possibilidade de acesso das
equipes de combate ao mosquito.
Occhi afirmou
ainda que o grupo já decidiu que larvicida será adicionado à água entregue à
população no semiárido.
Fonte: Correio Braziliense
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